A.Woman Ocupa: Empreendedorismo feminino em pauta
- Universo Mulher
- 2 de out. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de out. de 2019
Projeto da estudante Julia Amaral ganha feira de exposições
Por Aline Pfeil
Divulgar o trabalho de mulheres empreendedoras: este é o propósito do A.Woman, projeto criado pela estudante de jornalismo Júlia Amaral, o qual tem recebido visibilidade midiática e, agora, se materializa em forma de evento. O primeiro A.Woman Ocupa ocorre no dia 13 de outubro na orla do Rio Taquari, em Lajeado, e conta com a exposição dos trabalhos de 15 mulheres que já participaram do projeto no blog. Além da mostra, haverá outras atrações como Food Trucks, música ao vivo com Natasha Bouvier, roda de conversa sobre ancestralidade feminina e cinema ao ar livre com o filme “Chega de fiu fiu”.

O projeto, que conta atualmente com mais de 20 participantes, surgiu no final de 2018 e foi oficialmente lançado em janeiro deste ano. Julia explica que a divulgação do trabalho de mulheres no Vale do Taquari promove não somente a cooperação feminina, mas também o consumo consciente de produtos artesanais que possam gerar renda às profissionais.
A ideia de fazer uma feira nasceu quando Julia percebeu que o trabalho havia ganhado potencial de expansão. Hoje, o projeto saiu do papel e já conta com a participação de 15 empreendedoras que vão expor seus produtos. O evento, que está sendo organizado também por Maria Wulff, Marina Muller, Stephanie Goulart e Thaisa Ayessa Radaelli, acontecerá na Orla do Rio Taquari a partir das 14h do próximo domingo, dia 13. A jornalista comenta que a feira será a forma mais concreta de compreender o impacto do projeto na comunidade, uma vez que há a intenção de desmistificar a ideia de que um projeto de caráter feminista é agressivo com discurso forte. “Este é um trabalho acolhedor que aborda temas relevantes, sem agressividade”, ressalta. Conforme o assunto se espalha entre as pessoas, elas se questionam sobre o que se trata e buscam mais informação, complementa. Os resultados obtidos são percebidos a partir da parceria firmada entre as mulheres mencionadas nos conteúdos, criando-se uma rede de contatos. Segundo Júlia, o restaurante Durga possui trabalhos expostos de mulheres que já foram comentadas no blog. Nesse sentido, os resultados dizem respeito ao desenvolvimento e à união das mulheres, não se fundamentando somente na questão financeira. A importância de um projeto com pautas femininas numa sociedade machista amplia a percepção do trabalho comunitário acerca de um tema tão atual e necessário quanto o feminismo. Através do evento, pretende-se fomentar a colaboração feminina a fim de desmistificar a ideia de competição entre mulheres. “Se nos unirmos, ficamos mais fortes, inclusive para empreender”, salienta Julia. O trabalho exercido pelo A.Woman na área do empreendedorismo local atua enquanto mediador da liberdade financeira da mulher. A nota técnica “Violência doméstica e familiar”, divulgada pelo Senado Federal em 2017, aponta que 29% das mulheres ouvidas pela pesquisas alegam dependência financeira como principal motivo de não denunciarem casos de agressão. Deste percentual, 32% já sofreram algum tipo de violência doméstica. Ao passo que mulheres conquistam sua independência econômica, elas conseguem sair de relacionamentos abusivos. “Estimula-se que as mulheres tenham seu empreendimento, que acreditem no seu trabalho e obtenham a independência financeira, para que não dependam de homens, seguindo as suas vidas sem estar amarradas a um relacionamento tóxico”.
O A.Woman surgiu a partir da vontade de Júlia usar suas ferramentas de trabalho enquanto estudante de jornalismo, para ajudar, inicialmente, as amigas. O número de participantes expandiu à medida que ela foi criando uma rede de contatos a partir de indicações. A jornalista comenta que as transformações no jornalismo fazem com que os profissionais tenham que se reinventar e pensar em novas formas de produzir conteúdo. Desta forma, o projeto fornece a ela um jeito diferente de contar histórias. “O A.Woman me ajuda a contar histórias reais e relevantes pela perspectiva social, um propósito maior do que algo factual”, relata.
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